Há alguns anos, pensar em uma mulher ocupando um cargo de chefia era quase impossível. Eram poucas as que não se dedicavam única e exclusivamente ao lar e a minoria trabalhava fora de casa. Hoje, a história está completamente modificada.
Segundo uma pesquisa feita recentemente pela empresa especializada em Recursos Humanos, Catho, o número de mulheres chefes já é bem elevado no país. Em dez anos, o índice de ocupação de cargos de chefia - presidência ou diretoria-executiva - subiu de 10,39% para 21,43%. Nos cargos de coordenadores e encarregados, elas já representam maioria, ocupando mais de 55% das vagas nessas funções.
Além de muitas conquistas, essas modificações no mercado de trabalho também causam conflitos e dúvidas, então, para falar mais sobre esse assunto, a Revista Bem Viver entrevistou o empresário e secretário municipal de Administração, Jordálio Oliveira. Jordálio é um dos mais respeitados e bem sucedidos empresários da região e tem se destacado, atualmente, no setor público, onde implementa um novo modelo de gestão administrativa na Prefeitura de Varginha. Confira, então, a opinião de Jordálio sobre alguns temas:
Mulheres e liderança
“Liderança é vocacional, portanto, não tem sexo. Hoje, são latentes os espaços que as mulheres vêm ocupando no mercado de trabalho e, para dar conta, têm que se desdobrar, assim como fazem os homens de sucesso. As mulheres estão se qualificando profissionalmente e as oportunidades para cargos de liderança estão surgindo a cada dia. Temos vários exemplos de mulheres de sucesso no âmbito dos negócios e da política no cenário nacional e internacional”.
Diferenças
“As mulheres conquistaram, sim, o seu espaço e estão concorrendo e competindo de igual para igual com os homens no mercado. Por um lado, os homens têm muito que aprender com a visão, a maneira comunicativa e proativa das mulheres. Por outro, elas também, com a objetividade dos homens”.
Diversas jornadas
“Ao longo de uma história de lutas e muitas conquistas, as mulheres vêm aprendendo a viver duplas, às vezes triplas jornadas, diariamente. Todo este esforço é recompensado a partir do momento que se sentem auto-realizadas ao perceber que têm o amor da família e o reconhecimento profissional almejados. Conciliar sucesso profissional e família não é tarefa fácil para as mulheres. É um desafio administrar seu tempo para continuar trabalhando, ter seu salário e a sua satisfação e ainda desfrutar de uma vida familiar plena.
Também devemos pensar que raramente tem um homem de sucesso que não tenha filho, portanto, nada diferente da mulher. No meu caso, por exemplo, o filho me fez dedicar mais ao trabalho, porque eu tinha o compromisso de dar exemplo. Hoje, quando alguém fala que vai ser pai ou mãe ainda jovem, parabenizo e afirmo que filho traz sorte. Eu tenho três e eles me deram muita sorte e coragem para pensar e trabalhar muito”.
Pontos negativos da evolução
“Toda essa modificação do papel da mulher no mercado de trabalho talvez as leve a um nível de perfeccionismo exagerado, ao ponto de causar-lhes altos níveis de stress. Então, ela se culpa pela ausência no lar e, ao mesmo tempo, sofre a pressão pela exigência profissional. Também tem a questão da vaidade de algumas, que não é diferente dos homens. Isto, para quem começa a conquistar o mercado de líderes, não é bom. O autocontrole precisa ser administrado. Tem que se pensar em sucesso, espaço, orgulho, vaidade, mas também saber aliar com família, amigos, saúde física e mental, momentos de grande lazer, etc”.
Algumas dicas
“Tenham objetivos claros, valorize a ética e a integridade. É muito importante ter uma visão de futuro, capacidade de planejamento e saber resolver problemas. A mulher que quer conquistar seu espaço tem que estar preparada para realizar negociações e ter flexibilidade para mudanças. Também é essencial que pense, planeje e crie sua equipe e seus sucessores. É fundamental ter em mente que a sós você não é ninguém, mas também é importantíssimo saber delegar e não “delargar”. Acredite nas pessoas, mas acompanhe os detalhes e esteja muito atenta a eles”.
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