SAÚDE

MENTE SÃ, CORPO SÃO

O segredo da boa forma está no equilíbrio entre físico e psicológico

Alguns psicopatologistas têm uma visão um pouco diferente sobre o que é “boa forma”. Segundo eles, esse estado vai muito além dos limites físicos do corpo. A psicóloga, Geisa Nara, pós-graduada em Gestão Avançada de Pessoas na PUC de Poços de Caldas, acredita que um corpo dificilmente estará com a saúde em forma se tivermos uma preocupação exclusivamente estética. Para ela, um dos principais motivos para que isso aconteça é a mídia atual. “Dentro do nosso contexto sócio cultural, o transtorno alimentar pode ser considerado um ‘sintoma social’, uma vez que as pessoas seguem padrões para se viver bem, relacionar, ter uma boa aparência, e a mídia reforça cada vez mais esses modelos de imagem. Nesse sentido, a saúde dificilmente se alia à estética, se não cuidarmos da mente antes mesmo do físico”, explica.

Dentre esses transtornos alimentares citados pela psicóloga, surge um ainda pouco conhecido, chamado de ortorexia. Essa doença nada mais é que uma obsessão por alimentos saudáveis e os indivíduos que apresentam esse quadro não se alimentam de nada que não julguem naturais. Além disso, obrigam os que convivem com ele a adquirir suas práticas. Esse problema está ligado a problemas obsessivos compulsivos, onde necessita de uma intervenção profissional. “Obsessão significa ideia fixa. No caso da alimentação, a pessoa obcecada por alimentos saudáveis acaba se privando de outros tipos de alimentos que possuem vitaminas e nutrientes que fazem falta ao organismo, e também se privam de prazeres que, sem excesso, não causam mal a saúde” comenta Rodrigo, educador físico.
Além da alimentação, a prática errada de exercícios físicos também é prejudicial à saúde. Saiba como e porque isso acontece.  Acompanhe abaixo uma entrevista com o educador físico Rodrigo Oliveira Elias, onde nos orienta sobre algumas dúvidas e erros cometidos por alguns praticantes de exercícios físicos.
Revista Bem Viver – Sabemos que tudo em excesso não é recomendável. Mas, mesmo a atividade física, que é um dos pilares da vida saudável, também pode ser prejudicial?
Rodrigo – Tudo em excesso é prejudicial. No caso de exercícios físicos em excesso, podem ocorrer muitos danos à saúde. Como exemplo, cito estresse muscular; lesões articulares; lesões nos tendões e nervos; rompimento de ligamentos e fibras musculares. Pode haver agravamento de problemas cardíacos desconhecidos; gerando até desinteresse pelo esporte praticado.
RBV – Em relação aos exercícios físicos, o que as pessoas fazem de errado para tentar entrar em forma?
Rodrigo – Praticam exercícios sem orientação de um profissional competente, exageram na quantidade e intensidade dos exercícios, seguem certos mitos veiculados na mídia e utilizam produtos não indicados cientificamente.
RBV - Por que as pessoas ainda se acham fora de forma, mesmo estando dentro do Índice de Massa Corpórea – IMC - exigido?
Rodrigo – Mesmo estando dentro dos padrões do IMC, algumas pessoas ainda se acham fora de forma, porque não conseguem estabelecer um parâmetro para sua vida. Sempre pensam que há muito a mudar, que ainda estão em um padrão inferior e ficam em constante observação ao que é propagado na mídia. Acontece que cada ser é diferente do outro, e algo que é bom para uma pessoa não significa necessariamente que será bom para outra pessoa. Nos dias de hoje, o culto exacerbado ao corpo ainda influencia muitas pessoas.
RBV – Você acredita que hoje, a maioria dos educadores físicos se preocupa em desenvolver um trabalho não só de atividades físicas com seu aluno, mas também buscam orientá-lo psicologicamente para que o trabalho seja mais completo de “corpo e mente”, com o objetivo de prevenir possíveis transtornos futuros?
Rodrigo – Acredito que o ideal é que o educador físico trabalhe seu aluno de forma integral. Além de orientá-lo no tocante às atividades físicas, deve aconselhar o aluno para que também procure o acompanhamento de um cardiologista e de um nutricionista. O trabalho integrado desses três profissionais fará com que o sucesso seja completo.
RBV – Então, podemos dizer, que ter o corpo em forma não é sinônimo de uma vida saudável? E que uma mente saudável contribui para uma boa forma?
Rodrigo – Ter o corpo em forma não significa ter uma vida saudável. O que comanda nossa vida é a mente, a cabeça. As pessoas que tem uma “boa cabeça” sabem direcionar seus hábitos para alcançar uma vida saudável.
RBV – Para concluir, o que seria, então, a tão sonhada boa forma?
Rodrigo – Boa Forma é estar bem consigo mesmo, é aceitar seu corpo e suas limitações, sabendo que a felicidade é muito mais a aceitação de si mesmo do que viver dentro dos padrões estéticos que estão nas propagandas. E lembre-se: “O que vale é boa forma, e não causar danos à saúde.”
  
Rodrigo Oliveira Elias – Educador Físico – Cref 010.880-G/MG.
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